PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

Balada Vip - 17/12 em Wesceslau Guimarães

Balada Vip - 17/12 em Wesceslau Guimarães

quinta-feira, 17 de julho de 2014

O bom primeiro rascunho do novo São Paulo

Os 7x1 da Alemanha no Brasil levantaram debates calorosos sobre um suposto "atraso tático" do futebol brasileiro. Para uns, técnicos estrangeiros são a solução. Para outros, o problema está na base - o que faz o brasileirão ser de menor nível técnico e portanto, mais feio.


Não se depender da exibição do São Paulo no Bahia. É verdade: foi apenas um jogo, o Tricolor de Aço marcou mal e o São Paulo conseguiu imprimir o ritmo. Mesmo assim, vale a análise de como conceitos bem modernos foram colocados em prática - com sucesso - pelo time de Rogério Ceni.

Em números, o Tricolor veio no 4-2-3-1 de sempre. Osvaldo, Ganso e Ademílson formaram a trinca de meias atrás de Alan Kardec, com o suporte de Souza e Maicon. O Bahia manteve o esquema pré-copa com Marquinhos Santos: o 4-1-4-1, com o reforço Léo Gago junto a Pittoni pelo meio.


O que mais chamou a atenção foi a forma como o Tricolor atacou. Manteve a posse com setores próximos que facilitavam a troca de passe. E uma postura avançada: TODOS no campo de ataque, com zagueiros no círculo central. A jogada não dava certo? Toque para trás, balança a marcação e busca Osvaldo aberto na esquerda, ou Souza na "saída lavolpiana".

O frame abaixo deixa claro como o São Paulo atacou com mais jogadores. Também é possível observar o 4-1-4-1 do Bahia em fase defensiva - mas olhe a distância entre as linhas! Prato cheio para Ganso acionar os homens de frente e Kardec. Movimentação e dinâmica que garantiu 2 gols em 8 finalizações e 60% de manutenção da bola.


Percebendo seu meio-campo vazio, Marquinhos mudou na segunda etapa: lançou Bianchucchi - o irmão - e o centralizou, como uma opção de passe para confundir Souza e Maicon. Mas Muricy foi mais esperto: foi controlar o jogo lá atrás. Fechando em duas linhas de 4 com intensidade nos setores e fazendo o Bahia errar - foram 43 lançamentos, 30 errados.

É só observar o frame. As linhas do Tricolor estão conscientes, diminuindo o ESPAÇO do Bahia. Observe as linhas pretas: elas indicam como o jogador do Bahia fica sem espaço se recebe a bola, já que a marcação faz o balanço e o time é obrigado a recuar ou tentar o lançamento. Ocupação de espaço exemplar.
Mais do que compactação, marcação de espaço e ofensividade: o São Paulo buscou ter SUPERIORIDADE numérica nos setores para tirar opções de passe do adversário. Um conceito diretamente de Pep Guardiola no frame abaixo: 4 tricolores contra um insólito William Barbio, que só vê a opção de fazer a falta. Algo semelhante ao que Alemanha fez no Brasil.

 Sim, é muito cedo para qualquer prognóstico - e Kaká e Luís Fabiano nem foram citados. E é bom citar que houve problemas (pois eles sempre existem): a postura avançada da defesa permitiu algumas bolas longas nas costas que Ceni salvou. Mas fica a impressão de que o primeiro rascunho do São Paulo é positivo, inclusive ao contexto brasileiro pós-copa. (GE)

Nenhum comentário:

Postar um comentário